Pet Sematary é um dos livros mais amados entre os fãs de Stephen King. Entre muitos desses fãs, é o livro favorito, lido e relido com afinco ao longo dos anos.
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Detalhe de Autumn Leaves, de John Everett Millais |
Este foi outro mês que não consegui compartilhar muitas coisas por aqui. Até compartilhei algumas coisas no instagram e no twitter (@capirojesca nos dois), mas não tive tempo (e, de coração, não tive muita vontade também) de escrever por aqui. Eu percebi que tem meses que simplesmente não vai, e tudo bem também.
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Detalhe de Psyche Opening the Golden Box, John William Waterhouse |
Esse mês tive poucas chances de escrever por aqui. Apesar das várias ideias do que compartilhar, não me senti com muita vontade de compartilhar nada. Fiz boas leituras, consumi algumas coisas que me trouxeram questões interessantes, que refleti e tenho refletido ainda, mas, no geral, não tive muito tempo ou aqueles arroubos de compartilhar com os outros.
Nunca fui uma pessoa com muitos amigos, e sempre me senti bastante solitária. Depois de anos isso não me afeta tanto, mas histórias sobre amizade e lealdade cada vez mexem mais comigo. Gosto bastante de histórias coming of age (e já escrevi um pouco sobre esse tipo de narrativa no horror, pode ser lido aqui), e eles me fazem pensar em várias possibilidades de crescimento diferentes, de amadurecimento, de como as pessoas em si são diferentes, e etc.
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Harmen Steenwijck, Vanitas stilleven, 1640 |
Vou começar uma nova tradição aqui no blog: todos os meses, no último dia do mês, vou postar as leituras que fiz. Algumas pessoas já perguntaram se eu tinha skoob ou goodreads, e eu não tenho, não por enquanto. Mas eu queria encontrar uma forma de compartilhar os títulos lidos, já que nem sempre eu posto aqui ou no instagram. Então, acho que pode ser divertido.
Há uns três anos atrás, quando assisti ao documentário Horror Noire, da Shudder, que demonstra como os atores e atrizes negros foram subjugados dentro do cinema de horror, realizando papéis de apoio e raramente como protagonistas, alguns filmes me chamaram a atenção e fiquei muito curiosa para assisti-los. Como eu sou um pouco relapsa, até hoje estou atrás de alguns. Um deles foi Eve's Bayou, que recebeu o título em português de Amores Divididos. O filme foi escrito e dirigido por Kasi Lemmons, protagonizado por Samuel L. Jackson, Jurnee Smollett, Meagan Good, Lynn Whitfield e Debbi Morgan.
Desde a primeira vez que li Frankenstein, fiquei fascinada por sua autora. Mary Shelley, filha de dois grandes pensadores do século XVIII, que deram à luz uma garotinha que viria a ser uma das maiores autoras de ficção científica e de horror que o mundo já teve o prazer de conhecer. Envolvida em "escândalos" que iam desde sua fuga para viver com um homem casado até suas amizades pouco ortodoxas, eu sabia sobre sua vida o que sabemos quando fazemos uma pesquisa rápida e lemos alguns parágrafos sobre alguém que nos chama a atenção.
Eu não costumo assistir séries. Não gosto muito de narrativas muito longas, me perco facilmente quando uma série tem muitos episódios. Mas, inevitavelmente, algumas séries escapam e acabam atraindo minha atenção. E eu iria ainda mais longe e diria que algumas séries parecem ter sido feitas pra mim. É uma visão meio narcisista das coisas, mas a verdade é que algumas séries reúnem tantos elementos que me são queridos que fica essa impressão.
Li O Morro dos Ventos Uivantes há alguns anos atrás. Foi meu primeiro contato com algum livro das Brontë, e abriu portas para que eu conhecesse outras obras das irmãs e viesse a descobrir meu amor e fascínio por elas. Depois de O Morro... eu li Jane Eyre, li Agnes Grey, li A Inquilina de Wildfell Hall, e não me canso de ler e conhecer mais sobre esse trio tão importante da literatura, que fizeram o que precisavam para se tornarem escritoras.
Já comentei recentemente minha relação com a Rainha do Crime, nossa querida Agatha Christie, quando escrevi sobre o livro A Maldição do Espelho. Temos uma relação duradoura e muito feliz, e sempre recorro a ela quando preciso descansar a cabeça ou quando quero sair de uma ressaca literária. Nunca sei quem é o assassino, nunca consigo descobrir, e percebi que isso me dá um certo conforto.
Esse talvez seja o texto mais destoante do resto do conteúdo do blog, pois não se trata de uma obra de horror. Mas, ao mesmo tempo, é uma obra de horror.
Desde que trabalhei com Drácula, no final da faculdade, tinha uma vontade imensa de me debruçar sobre os livros góticos tradicionais. Gosto de compreender os elementos do horror, de onde vieram, como uma coisa influencia a outra, de onde os autores que gosto retiram suas ideias. É uma das partes que mais gosto do meu trabalho.
A maioria de nós conhece Oscar Wilde pelo seu livro de maior sucesso, O Retrato de Dorian Gray, e talvez por detalhes de sua vida pessoal. Mas Wilde foi um autor bastante prolífico. Dentre peças de teatro, poemas e contos infantis, o autor descrevia de forma cômica e bastante ambígua a sociedade da época e construía fábulas morais.
Diferente daquela crítica do The Guardian, eu sou uma grande fã do horror. Como fã de horror, então, eu sei que o medo está em diversos outros lugares que não os lugares comuns, que não somente no susto ou que não somente no grito. Sei que os fantasmas não são assustadores por não existirem, e sim por serem pedaços de nós mesmos. E como fã de horror sei que se a chave da suspensão da descrença não estiver ativada, muita coisa não vai funcionar. E, ainda assim, pode não funcionar.
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La Ballade de Lénore ou les Morts vont vite, de Horace Vernet (1839) |
Dando continuidade aos meus livros escolhidos para outubro, a primeira leitura foi A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, publicado recentemente pela Editora Wish em uma edição incrível, financiada através de campanha coletiva pelo Catarse. Fui uma das apoiadoras e fiquei extremamente feliz com o resultado final do livro.
Chegou outubro, separei minha listinha de livros para ler durante o mês (não que eu consiga seguir listas, apesar de adorar fazer listas, e fiz até um reels no instagram — vocês podem acessar aqui). Mas, têm dias que eu quero ler um conto rápido, uma história mais curta, e talvez não consiga ler um capítulo inteiro do livro que estou lendo.
Uma história engraçada que gosto de contar é que, quando eu era pequena e estava aprendendo a ler, minha mãe me ensinava algumas coisas com um livro da Agatha Christie. Óbvio que eu não entendia nada, e acabei destruindo seu exemplar de Os Crimes do ABC, desenhando em todas as páginas, mas o nome da autora ficou guardado com carinho na minha memória.
Vários são os escritores que utilizaram elementos típicos do horror em suas obras, mas não necessariamente escreviam somente para o gênero. Na resenha que escrevi sobre os contos de Lygia Fagundes Telles (e que pode ser lido aqui), comentei sobre alguns dos contos que me chamaram atenção e tem alguns desses elementos — a estranheza, a surpresa, a degradação humana e o próprio medo do personagem principal, entre outros.
O primeiro contato que tive com Sarah Waters foi com o filme Estranha Presença. Assisti ao filme sem saber muito sobre ele, e achei interessante a ideia, então fui procurar sobre o diretor e descobri que era baseado em um livro de mesmo nome de Waters. Eu sou uma pessoa naturalmente curiosa, então sempre procuro autoras novas, que não conheço, e grande foi minha surpresa com a quantidade de livros que a Waters têm publicados no Brasil.
Existem algumas histórias que nos deixam mais desesperançados quando as terminamos do que quando as começamos. E, em pleno 2020, era de se esperar que isso fosse difícil.
Existem personagens que foram ignorados e silenciados durante a história da humanidade. Personagens de histórias, que foram cercados de mitos e lendas devido sua importância para o imaginário, mas que foram relegados aos espaços últimos dos livros; àquelas notas de rodapé, quando muito. São personagens e personalidades abandonadas por aqueles que escrevem a história acharem que não seriam importantes no futuro.