Uma história engraçada que gosto de contar é que, quando eu era pequena e estava aprendendo a ler, minha mãe me ensinava algumas coisas com um livro da Agatha Christie. Óbvio que eu não entendia nada, e acabei destruindo seu exemplar de Os Crimes do ABC, desenhando em todas as páginas, mas o nome da autora ficou guardado com carinho na minha memória.
Vários são os escritores que utilizaram elementos tÃpicos do horror em suas obras, mas não necessariamente escreviam somente para o gênero. Na resenha que escrevi sobre os contos de Lygia Fagundes Telles (e que pode ser lido aqui), comentei sobre alguns dos contos que me chamaram atenção e tem alguns desses elementos — a estranheza, a surpresa, a degradação humana e o próprio medo do personagem principal, entre outros.
O primeiro contato que tive com Sarah Waters foi com o filme Estranha Presença. Assisti ao filme sem saber muito sobre ele, e achei interessante a ideia, então fui procurar sobre o diretor e descobri que era baseado em um livro de mesmo nome de Waters. Eu sou uma pessoa naturalmente curiosa, então sempre procuro autoras novas, que não conheço, e grande foi minha surpresa com a quantidade de livros que a Waters têm publicados no Brasil.
Existem algumas histórias que nos deixam mais desesperançados quando as terminamos do que quando as começamos. E, em pleno 2020, era de se esperar que isso fosse difÃcil.
Existem personagens que foram ignorados e silenciados durante a história da humanidade. Personagens de histórias, que foram cercados de mitos e lendas devido sua importância para o imaginário, mas que foram relegados aos espaços últimos dos livros; àquelas notas de rodapé, quando muito. São personagens e personalidades abandonadas por aqueles que escrevem a história acharem que não seriam importantes no futuro.
A primeira vez que li Frankenstein foi há alguns anos atrás, em uma edição econômica, sem muitos detalhes, sem textos adicionais, sem apresentação e sem prefácio. Mas, naquele momento, nada disso importou muito. Foi uma experiência única e naquele instante soube que seria uma obra pra vida inteira. Depois de alguns anos, eu precisava reler, precisava me lembrar dos detalhes, precisava conhecer mais sobre a Shelley, e achei que seu aniversário de 223, comemorado em 30 de agosto, seria um bom momento para isso.
Houve uma época, há muitos anos atrás — pelo menos 10 anos, mais ou menos — que eu consumia muito anime e mangá. Gostava muito, e foi sobre isso os primeiros conteúdos que produzi. Hoje meus falecidos blogs estão muito bem enterrados, mas vez ou outra surge uma vontadezinha de rever alguma cena, ouvir alguma música, até assistir um ou outro anime ou ler algum mangá.

Uma das frases que mais li durante esse tempo trabalhando com terror foram de fãs dizendo "não senti medo nenhum vendo esse filme", e isso sempre me provoca uma série de questionamentos. Será que essa pessoa é tão corajosa assim? Será que nada causa medo nela? Será que ela está mentindo? Será que ela morreu por dentro?